Hospital
João XXIII atende quase 500 pessoas por ano para a retirada de anéis
Unidade adota uma técnica especial
que evita o corte do acessório. Inchaço causado por anel apertado pode levar à
perda dos dedos
Publicação: 22/01/2014
Acessório que, aparentemente, não
representa nenhum risco à saúde, os anéis são responsáveis por ocorrências que
envolvem cerca de 480 atendimentos por ano no Hospital João XXIII (HJXXIII), da
Rede Fhemig, maior hospital de pronto Socorro da América Latina. Artigo de uso
comum entre mulheres e homens das mais variadas idades, os anéis são os
protagonistas de casos que requerem a sua retirada devido ao inchaço (edema)
dos dedos (seja das mãos ou dos pés), em geral causado pela inadequada
utilização do acessório. Os acidentes são mais frequentes em mulheres jovens,
mas há um número considerável de casos envolvendo homens.
O médico cirurgião do HJXIII Luiz Antônio Paulino ressalta que, em média, o
ambulatório de sutura do hospital atende cerca de 40 casos por mês. Paulino
afirma que o uso de anéis traz consigo o risco da perda do dedo uma vez que o
inchaço causado pelo uso incorreto pode provocar a alteração da circulação.
Assim, o médico recomenda a compra do objeto observando-se a medida correta.
Como primeira ação a ser adotada, antes mesmo de se chegar ao hospital, é
importante manter o braço elevado acima da altura do ombro por alguns minutos
para que o dedo vá desinchando. Sempre que perceber alguma ferida na região
entre o dedo e o anel, é recomendável a retirada do acessório antes que
aconteça algum processo inflamatório. Também deve ser evitado o uso de anéis de
aço, pois eles são mais difíceis de cortar, caso seja necessário.
Técnicas
de retirada
São várias as técnicas para a retirada dos anéis nessas circunstâncias, o uso
de cada uma delas vai depender das condições do dedo atingido. Desse modo, pode
ser utilizado fio de sutura (nylon) enrolado ao dedo, alicate especial para
corte do anel e o método, atualmente mais empregado pelo HPS, da fita feita a
partir de esparadrapo dobrado e introduzido no espaço entre o dedo e o anel com
a ajuda de uma solução oleosa que permite o deslizamento do anel, o que evita
cortar o acessório. Todavia, a adoção das técnicas que não implicam no corte do
anel ficam impedidas nos casos de presença de ferimento, fratura ou luxação do
dedo inchado.
Passo
a passo para a utilização da técnica do esparadrapo
1º:Corte uma tira de esparadrapo de aproximadamente 20 cm de comprimento por 3
cm de largura. Caso não tenha esparadrapo, utilize uma fita de tecido ou até
mesmo aquelas utilizadas para enfeitar embalagens de presentes.
2º:Dobre o esparadrapo ao meio (de forma que a fita fique com 1,5 cm de
largura) para que a pele não tenha contato com a cola.
3º:Coloque a fita entre o anel e o dedo com o auxílio de uma espátula de
madeira ou outra objeto semelhante que não seja pontiagudo.
4º: Puxe a fita de modo que as duas extremidades fiquem do mesmo tamanho.
5º: Lubrifique o dedo utilizando solução oleosa como óleo mineral, vaselina ou
óleo de cozinha, isto facilitará o deslizamento da fita sobre o anel.
6º:Com uma mão segure a fita puxando-a em direção à ponta do dedo e girando a
fita no sentido horário. Use o seu polegar e o indicador para empurrar o anel
auxiliando a sua retirada.
Símbolo
de afeição
Apesar dos riscos, um número significativo de pessoas insiste em manter os
anéis ainda que apertados, pois estabelecem uma relação afetiva com o objeto.
Muitas vezes, eles representam a lembrança de alguma pessoa com a qual têm ou tiveram
uma relação de afeto. Todavia, é de bom senso utilizar formas alternativas para
usar o uso do anel sem, necessariamente, colocá-lo no dedo. Uma possibilidade é
utilizá-lo em uma corrente como se fosse um pingente.
Disseminar
o conhecimento
Para facilitar a assistência nos casos de anéis que se prendem ao dedo, o
médico da Rede Fhemig acredita que é importante os profissionais dos postos de
saúde serem treinados para a adoção das diversas técnicas, pois não é incomum a
chegada de pacientes ao Hospital João XXIII, principalmente durante a
madrugada, ou após terem percorrido os postos de saúde e/ou unidades de pronto
atendimento cujos profissionais não dominam a metodologia.